terça-feira, 19 de maio de 2009

Conselhos pautados nos meus próximos quinze dias

Meus próximos quinze dias serão memoráveis. Aproveitarei a vida de um jeito que só ela possa me oferecer. Farei obras memoráveis, darei conselhos memoráveis, e tratarei de demonstrar a todas as pessoas que eu não pude a minha infinita capacidade de amar - que concentrei apenas num ser humano infeliz, que saiu da cloaca de uma puta sifilítica, e que foi o único erro cometido por D'us em toda a sua existência.

Meu primeiro conselho é: amai, mas amai com toda a moderação possível. E quando alguém vos abandonar, e mesmo assim amardes, superai. A decepção pode ser pior ainda, enquanto sofreis, a pessoa pode estar rindo da vossa cara, bêbada, numa chopperia qualquer de uma merda de uma cidade de interior entre-serras, vos tratando como um bom corno.

O segundo conselho é: sede sempre verdadeiro, mas esperai a mentira dos outros. Prometerão mundos e fundos a vós: acreditai, sempre desconfiando. Para as promessas se quebrarem, é d'aqui pr'ali.

O terceiro conselho é: produzi, sempre produzi. Deixai uma obra memorável antes de morrer. Eu ainda não tenho uma, mas estou tentando deixar.

O quarto conselho é: gozai uma existência hedonista. Fazei a caridade, mas sempre lembrai de fazer a caridade a sua alma. Gozai, gozai, gozai de todas as formas possíveis a felicidade e a alegria. Se fumar lhe traz prazer, fume. Se comer lhe traz prazer, coma - sempre de forma comedida, porque acarretará em prejuízos imensos, como desvalorização da imagem por causa de um sobrepeso ou incapacidade respiratória elevada.

O quinto conselho é: sempre respeites a memória dos outros - o ódio causado pelo desrespeito à memória alheia pode ser imenso. Tenha certeza que a receita para uma vida com dentes e o corpo em perfeito estado, com um fígado e um baço inteiro - sem que ninguém os arranque para comer ao thermidor com molho rosé (uma iguaria!) - como eu desejo a quem desrespeita a minha memória - é o respeito ao meu nome e à minha honra.

O sexto conselho é: dai chances sempre a quem ama de verdade. Desprezar o amor de verdade é a ruína do incauto, e acolher o amor de verdade e amar a quem ama são os louros da glória do sábio.

Mais pra frente, vem mais coisa.

domingo, 17 de maio de 2009

Avaliação do semestre

Tenho uma avaliação severa pra fazer do que me ocorreu no semestre, pra pesar na balança a constância da vida. Muita coisa aconteceu de uma vez só, digna de nota, e as colocarei no balanço: hei de fazer um balanço das suas vidas este semestre junto comigo, também.

Este semestre, logo no início, terminei um noivado - a muito contragosto. A história, boa parte dos freqüentadores deste blog já conhecem de cor e salteado, e não contarei outra vez.

Fiz e me desfiz de uma turma de "amigos". Foi providencial, dada a falsidade descoberta depois.

Perdi uma avó. Prefiro não comentar muito, posto que só de lembrar, me descem as lágrimas.

Tentei parar de fumar - e, pra variar, não consegui. Adiei pro próximo semestre.

Voltei a fumar com ferocidade total. Isso me preocupa muito.

Entrei na musculação, e espero que eu continue no próximo semestre, já com resultados bem a mostra.

Por excelência, vontade de alguém (lá em cima ou aqui embaixo), ou algum motivo aleatório, ganhei uma patente militar. Entretanto, só começarei a gozar exatamente destes benefícios no dia 24 de agosto, quando começo o serviço no exército.

Concluí mais um período na universidade. Ainda não sei se perdi alguma matéria, mas o que importa é que concluí mais um período, o que de facto, já é uma vitória e tanto.

Tive um artigo indicado pra publicação, o que também é muito legal. Escrevi as dezenove páginas deste artigo em um dia só. :-)

Vi meu time ser campeão gaúcho invicto, também. Adorei isso. =D

Foi um saldo interessante, este semestre. Muitas coisas tristes aconteceram, muitas coisas alegres também - nada que suplantasse, entretanto, as coisas tristes. Vai demorar um pouco pr'eu me refazer deste semestre.

E vós, no que resultou o vosso semestre? Qual foi o saldo?

terça-feira, 12 de maio de 2009

Casos engraçados

Tenho uns causos engraçados pra contar - preciso lembrá-los um pouco pra rir. Tem uns que eu passei, tem outros que eu fiquei sabendo, e acho que de todo, vale muito a pena compartilhar.
Certa feita, eu participei da comissão organizadora de uma conferência estadual de direitos humanos. Fiz amizade principalmente com as travestis que tinham lá - elas me adoravam, já que eu as defendia com toda a garra. Uma delas era extremamente viajada, e me contou uma anedotazinha: ela estava viajando pela primeira vez de avião. Sacou dinheiro, pra ter notas novinhas na carteira. Quando a aeromoça foi passando com o carrinho por ela (nos áureos tempos da VARIG), ela pediu um whisky, sacou um notão de cinqüenta reais da carteira e disse: "cobre aí, por favor". Ouviu um polido e envergonhado: "senhora, tudo no avião é de graça". Provavelmente, todo mundo por lá deve ter rido dela tanto quanto eu ri toda vez que eu lembro.
Outra muito engraçada, que me aconteceu, foi um tanto quanto escrota. Um amigo, certa feita, me contou a história de uma empregada que tinha marcas de queimadura (Francisca Rubilândia, o nome da moça) - o tio dele a comeu, e as mesmas manchinhas que ela tinha na perna, tinha na xuranha. Noves fora, estava conversando com uma colega e ela me contava um caso muito triste. De repente, percebi que ela tinha manchinhas de queimadura no corpo - e lembrei imediatamente da história. Tentava segurar o riso, e quase explodia. =P
Contei também o da transa num banheiro de shopping. Foi extremamente constrangedor, e acho que todas as pessoas que estavam naquele banheiro devem ter se perguntado como duas pessoas se esconderam dentro de um box de shopping (!) e devem ter rido da cara das duas pessoas otárias. Não preciso repetir, né?
Uma vez, também, estava imitando um professor extremamente afetado de tão gay. Imitava os trejeitos, o rebolado e a voz. De repente, quando olho pra trás... Adivinha só quem estava? Saí de cabeça baixa da sala e demorei trinta minutos pra voltar. Foi um semestre inteiro sem conseguir olhar direito pra cara do sujeito.
Falar mal de uma pessoa e a pessoa escutar aconteceu diversas vezes - e me sinto até envergonhado das inúmeras. Comentar, por exemplo, que uma pessoa fedia e sem querer perceber que ela estava no recinto, se tornou uma coisa comum.
Certa feita, estava na casa de um ex-alguém-especial da minha lista de ex-alguéns-especiais e saí pra comprar pão. A mãe da criatura, minha sogra, que eu ainda não conhecia, não estava lá. Na fila do pão, uma mulher furou a fila e eu mandei ela voltar - com o bocão que tenho, não poderia deixar de fazê-lo - da forma mais estúpida possível. Tivemos um pequeno bate-boca e fomos pra fila. Quando saímos na rua, saímos na mesma direção. Entramos no mesmo prédio. O mesmo elevador. O mesmo andar. Quando caminhei pra porta... Era a minha sogra.
Por hoje, já deu. Depois conto mais.

quarta-feira, 6 de maio de 2009

Uma carta para que sirva de exemplo aos futuros aspirantes a amantes

M., me enganaste. Me fizeste acreditar no amor eterno, e que pra sempre ficaríamos juntos. Achei que ficaríamos velhos, moraríamos no Canadá, escandalizaríamos senhores de idade com nossos arroubos românticos em forma de beijos - engano, puro engano.

Te esperei naquele dia na Rodoviária da minha cidade, com uma mensagem no celular que me enviaste: "que seja doce". Doce não é a dor que me toma o coração hoje em dia.

Eu queria ser um cara sozinho, morrer sozinho, viver pros meus estudos - fazer minha faculdade, ir pro exterior logo, concluir meu mestrado e doutorado sem êxito e ter meu apartamento, onde sozinho eu fumaria e dormiria todas as noites. Contigo, eu passei a sonhar com uma vida a dois, dividindo tudo. Eu te amei como nunca amei ninguém. Um elefante (bem na tua porta, comigo em cima, a bradar "volta pra mim!") não foi suficiente pra ti, piá. Que mais seria?

Me prometeste tanta coisa e me faltaste com a verdade, também. Foste como um fariseu, que só acusa, vendo o argueiro no olho do outro conquanto não vê a trave que há no seu.

Eu espero que o Universo conspire e faça justiça.

Doravante, como disse, quero ser um cara sozinho. Consagrar minha vida para mim e meus estudos acadêmicos, me tornar um grande mestre do direito - um exímio jurista, lingüísta ou o que mais eu queira ser.

Eu admiro todas as pessoas que tem a plena capacidade de sonhar e se renovar quando vêem seus sonhos acabarem. Estas, são muito felizes por um espaço de tempo (curto ou longo) e muito tristes por outro mesmo espaço de tempo. Eu não quero isso pra mim. Não serei feliz, mas também não serei triste, porque não tenho sonho a ser destruído - não quero amar mais, e declaro meu coração eternamente fechado.

Eu só aspiro, sinceramente, que todos os que desejam amar de verdade nessa vida sejam felizes enquanto possam e se recuperem quando o amor acabar - porque o amor acaba. Pelo menos, de um dos lados, porque o meu nunca acabou.