quarta-feira, 6 de maio de 2009

Uma carta para que sirva de exemplo aos futuros aspirantes a amantes

M., me enganaste. Me fizeste acreditar no amor eterno, e que pra sempre ficaríamos juntos. Achei que ficaríamos velhos, moraríamos no Canadá, escandalizaríamos senhores de idade com nossos arroubos românticos em forma de beijos - engano, puro engano.

Te esperei naquele dia na Rodoviária da minha cidade, com uma mensagem no celular que me enviaste: "que seja doce". Doce não é a dor que me toma o coração hoje em dia.

Eu queria ser um cara sozinho, morrer sozinho, viver pros meus estudos - fazer minha faculdade, ir pro exterior logo, concluir meu mestrado e doutorado sem êxito e ter meu apartamento, onde sozinho eu fumaria e dormiria todas as noites. Contigo, eu passei a sonhar com uma vida a dois, dividindo tudo. Eu te amei como nunca amei ninguém. Um elefante (bem na tua porta, comigo em cima, a bradar "volta pra mim!") não foi suficiente pra ti, piá. Que mais seria?

Me prometeste tanta coisa e me faltaste com a verdade, também. Foste como um fariseu, que só acusa, vendo o argueiro no olho do outro conquanto não vê a trave que há no seu.

Eu espero que o Universo conspire e faça justiça.

Doravante, como disse, quero ser um cara sozinho. Consagrar minha vida para mim e meus estudos acadêmicos, me tornar um grande mestre do direito - um exímio jurista, lingüísta ou o que mais eu queira ser.

Eu admiro todas as pessoas que tem a plena capacidade de sonhar e se renovar quando vêem seus sonhos acabarem. Estas, são muito felizes por um espaço de tempo (curto ou longo) e muito tristes por outro mesmo espaço de tempo. Eu não quero isso pra mim. Não serei feliz, mas também não serei triste, porque não tenho sonho a ser destruído - não quero amar mais, e declaro meu coração eternamente fechado.

Eu só aspiro, sinceramente, que todos os que desejam amar de verdade nessa vida sejam felizes enquanto possam e se recuperem quando o amor acabar - porque o amor acaba. Pelo menos, de um dos lados, porque o meu nunca acabou.

2 comentários:

Tibério disse...

Capitão, tu bem sabes o que eu penso [ou nao] sobre isso. Uma coisa te digo:? Abstraia! Já ouviu 'aluga-se-vende' de Móveis coloniais de Acaju? Parece isso aí! Abraço.

Administrador do Portal disse...

boas palavras... deveria ter lido antes... mas nunca é tarde

apenas, dúvido... na revolta se faz e diz o que o contrário, quase sempre!
beijo