quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Uma falha de caráter

De uns tempos pra cá, tenho me aberto a confissões aos meus leitores - não só eles me confessam, eu também os confesso. Tenho sofrido de uma terrível falha de caráter, que é buscar àquilo que me faz mal. Não falo dos cigarros (antes fosse!), porque mesmo diminuindo minha capacidade respiratória há quatro anos, eu continuo os fumando incessantemente sem o mínimo dó, sem a mínima piedade, e eles ainda me mantém bem. Falo de outra falha de caráter terrível relacionada a buscar aquilo que me faz mal: tenho procurando o contato, que deveria ser o estritamente mínimo, com aquela malta de pessoas que me trouxeram danos quase que irreparáveis.
Ontem, motivado por toda a revolta por estar no exército, liguei para vós-sabeis-quem. Disse-lhe o quanto era sua culpa, e ele nada mais disse que estava lá porque queria, porque eu sempre tive uma fixação pela vida militar. Ora, gostar da vida militar - e ter sido criado num ambiente propício, com pais de formação castrense, não quer dizer absolutamente nada. Ter estudado num colégio militar também não diz absolutamente nada. Eu não queria isso pra mim agora. Pensava, até, em ser capelão do exército algum dia, depois que estivesse formado padre - mas não era meu destino estar nas forças armadas agora.
Aquela maldita pessoa não quis me ouvir, de verdade, e disse que tinha coisas mais importantes a fazer e pessoas mais importantes para atender: como se não bastasse todo o mal que me causou, ainda tenta imputar-me certo desprezo. Sinto muito, muito mesmo, e a culpa é verdadeiramente minha de não procurar extirpar o mau verdadeiro, mas é que peso ainda me traz.
Quanto ao amor que eu sentia, eu já não sei se ele existe mais. Provavelmente não. O que resiste é o peso que arrasto das conseqüências do passado, junto a uma amarração forçada dos meus passos por alguém que muito me enganou - e não sei bem como exprimir isto, visto que no telefone fico nervoso.
Haverá um encontro olho-no-olho, em breve, e eu temo muito por ele. Não temo por mim, mas temo muito por vós-sabeis-quem. Desta vez, não vai encontrar uma pessoa aberta a conversar sobre as imensas falhas de caráter daquela pessoa: vai encontrar um ser irascível, pronto a descontar todo o ódio e toda a raiva possível - da dor que a pessoa causou e que dificilmente vai ser superada, algum dia - e mais aquela mágoa imensa das conseqüências que a brincadeira imbecil de casar-se e construir uma vida juntos me causou, como, por exemplo, estar agora no exército.
Essa pessoa acredita que sua "segurança é Cristo". Deixe estar, deixe estar. Muito pior do que não estar seguro, é imaginar-se estar...
Ando um saco com as minhas confissões, é verdade. Mas é tudo que posso fazer agora.

Um comentário:

Tibério disse...

"Muito pior do que não estar seguro, é imaginar-se estar..." Olha, eu conheço essa frase, conheço mesmo. Tenho até foto. (6)